domingo, 3 de janeiro de 2010

Visão de um Cego...


Hoje escrevo apenas por puro desabafo. Não irei fazer esforço algum de linear um seguimento logico de palavras e pensamentos...

Dia 1 de Janeiro, almoço no Macdonalds por não querer almoçar num restaurante atolado de gente, visto haver poucos abertos. Contente por passar a meia-noite a observar o fogo de artificio na Expo. Uma mistura de cores e explosões magnificas, vejo pessoas a abraçarem-se, pessoas a divertirem-se, pessoas a comemorar o facto de estarem juntas para mais uma passagem de ano.
Dou por mim a escolher, entre os varios menus do Mac, a ver quais deles são mais soculentos, atendendo à fome que por mim trespassava. Escolho o big-tasty, não só pelo nome, mas também por o ver bem grande acompanhado das belas batatas carregadas de visivel sal, mas também das faceis instruções de como beber a coca-cola no copo grande de cartão!
Visto o Mac de alvalade estar renovado, agora têm sofas, que visivelmente aparentam ser mais "confortaveis", munidos de várias cores, pergunto:
- Queres o verde ou o vermelho?
R: -  Sento-me no verde, gosto mais de verde!
-Ok!
Estou eu a deliciar-me na pura gula das 3000 e tal calorias que ingeria, quando me deparo com uma mãe e o seu filho que é cego! A sua felicidade ao conduzir o seu filho para as cadeiras coloridas , fez com que...  quer dizer... a imagem me "atingisse" de uma maneira que há muito tempo não sentia, não era pena, ou compaixão pela mãe ou sequer pelo rapaz, trata-se sim, da desvalorização daquilo que por muitas vezes eu nem sequer me lembro. As cores, a questão de opção, que de certo por muitas vezes é influenciada pela publicidade, ou pelo aspecto que vejo, desvalorizando assim outras questões, será que é confortavel? Será que é o melhor? O facto de ser visivelmente colorido, faz com que seja um melhor produto? Uma melhor cadeira? Será que tem uma melhor finalidade para a minha necessidade (seja ela qual for)?
Mas o que me atingiu depois deixou-se envolver num pensamento mais profundo, no sentido de me perguntar a mim prórpio, que me a minha visão me preveligiava e me precavia! Quer não só às escolhas de produtos  mas também às escolhas das proprias pessoas, tendo em conta que cada vez a sociedade se reduz ao que é "esteticamente atractivo" (seja lá o que isso for).
Quando isto, nesse mesmo dia, estou eu a fazer mais uma tarde no Hospital, quando ao deparar-me com uma jovem com 24 anos, com peneumonia, parelesia cecebral e com o corpo "deformado" onde afastando os braços cerca de 50cm se consegue pegar ao colo devido à sua "leveza".
Dei por mim a outra vez na situação que outrora estava, mas desta vez em relação ao corpo que tinha, o facto de não estar satisfeito com o que tenho e desvalorizar o que tenho e o que sou...
Sei que há um sentido para tudo, acredito nisso, ou pelo menos QUERO acreditar! E também quero acredtar que essas pessoas dão-nos um sentido, uma linha orientadora para que todos de uma maneira ou de outra saibam sentir o que lhes rodeiam e que de certa forma dêm valor ao que mesmo que seja pouco possuam...


Seja como for e o que for... o que é importante é que vou tentar sempre que consiga, apreciar as coisas que vejo, quando são realmente que me chamam a atenção quer de maneira positiva ou negativa, tentanto não olhar apenas por olhar, pois existem pessoas que jamais tiveram essa oportunidade ou essa oportunidade lhes foi "retirada". No fundo quero sentir o que estou a ver, afinal de contas, a visão é dos sentidos que mais nos enganam a nós proprios...
Enfim... visões de um cego...


Stay cool...

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